Por Elcio Nunes – Cidadão brasileiro
Das 262 assinaturas favoráveis à anistia dos atos ocorridos em 8 de janeiro de 2023, três partiram de deputados federais paraibanos. A primeira, do deputado Cabo Gilberto (PL), já era esperada. A segunda, de Wellington Roberto (PL), também não causou surpresa, embora ele, por vezes, demonstre certa flexibilidade em relação às pautas do atual governo federal. A terceira, no entanto, chamou atenção: trata-se de Mersinho Lucena (PP), filho do atual prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena.
Mersinho, 44 anos, foi vice-prefeito de Cabedelo entre 2021 e 2023 e vem se consolidando como uma jovem liderança da política paraibana. Sua decisão de assinar a favor da anistia pode ter sido fruto de uma análise estratégica e ponderada. Talvez ele não se alinhe com os extremos ideológicos e, assim como seu pai, cultive uma visão mais centrada, humanitária e atenta ao futuro do país.
Importa destacar que a Paraíba conta com outro deputado federal do PP, cuja assinatura não aparece entre os apoiadores da proposta. Ao todo, a bancada paraibana na Câmara dos Deputados é composta por doze parlamentares. Nove deles, portanto, optaram por não apoiar a anistia.
Essa ausência de apoio deve ser observada com atenção pelo eleitorado simpático à causa. Vivemos em um regime democrático, em que o voto parlamentar deve refletir a consciência e a responsabilidade do eleito. Ainda assim, é fundamental que o cidadão acompanhe de perto os posicionamentos de seus representantes e reflita sobre o voto que depositou nas urnas em 2022. Essa é a única maneira de evitar surpresas nas futuras gestões.
Em outubro de 2026, mais uma vez, o poder de mudança estará nas mãos do povo brasileiro. Que possamos exercê-lo com discernimento e clareza, na esperança de construirmos um país mais justo, coerente com os princípios democráticos e com os anseios do nosso tempo.
Elcio Nunes
Cidadão Brasileiro
@elcionunes