O empréstimo consignado disponível para as famílias do Auxílio Brasil se tornou uma preocupação para a equipe de Lula. Ainda durante a campanha o petista e seus aliados criticaram a liberação do crédito para as famílias vulneráveis argumentando que a medida iria prejudicar ainda mais as famílias que já estavam endividadas.
Nesta quarta-feira (4), o novo ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias (PT), afirmou que o governo estuda perdoar dívida e/ou renegociar débitos de quem pegou empréstimo consignado do Auxílio Brasil de Bolsonaro, ex-presidente.
Segundo dados do Ministério da Cidadania, 1 a cada 6 beneficiários solicitaram o crédito consignado que foi liberado pela Caixa Econômica Federal e outras 15 instituições financeiras.
No entanto, a maioria – R$ 7,65 bilhões – foi solicitado pelo banco público, enquanto outros R$ 1,8 bilhão foram contratados em financeiras e bancos privados. Grandes bancos ficaram de fora da oferta de crédito.
Questionado sobre a discussão da anistia para os beneficiários do consignado, o ministro, que assumiu o cargo na segunda-feira, respondeu: “Tem uma proposta de anistia para os endividados. Certamente, esses são endividados”, disse Welligton.
Até 1º de novembro cerca de R$ 9,5 bilhões haviam sido desembolçados, a maior parte durante o período eleitoral. “Essas pessoas terão até 40% de seu benefício comprometido […]. A medida, claramente eleitoreira, vai na contramão das políticas de proteção social, comprometendo benefícios futuros”, descreveu um levantamento realizado pelo grupo técnico do Desenvolvimento Social na equipe de transição.