No Estado do Espírito Santo (ES) os caminhoneiros iniciaram uma nova greve sem previsão de retorno. O anúncio foi oficializado pelo Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens do Espírito Santo (Sindicam/ES), que explicou que o motivo da paralisação se refere ao aumento no preço do diesel.
O Sindicam/ES destacou que os caminhoneiros, sobretudo os autônomos, são os que mais sofrem quando ocorrem reajustes nos preços dos combustíveis. Por esta razão, o sindicato, a ACA, a Coopercolog e os representantes dos caçambeiros se uniram em prol da causa.
Este conjunto alega que a situação já ficou insustentável tanto no que compete ao preço do diesel quanto aos demais insumos que compõem a rotina dos caminhoneiros.
No início desta semana, a Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores (Abrava) afirmou estar indignada com o novo aumento no preço do diesel. Em comunicado à imprensa, o representante dos caminhoneiros, Wallace Landim, apelidado de Chorão, disse que tanto o Governo Federal quanto a Petrobrás modificaram a estratégia de aumento nos preços dos combustíveis.
Em uma semana o gás natural fica mais caro, na outra a gasolina, agora o diesel, e assim por diante. “Gente, não podemos ficar quietos. Eu conheço e sei o quanto vai impactar na mesa do trabalhador”, disse Chorão sobre o aumento do diesel.
O anúncio sobre o reajuste no diesel foi feito pela Petrobras na última segunda-feira, 9, começando a valer no dia 10 de maio. Desde então, preço médio do litro passou a custar R$ 4,91 e não mais R$ 4,51.
Por hora, somente o valor do diesel será ajustado, a gasolina e o gás de cozinha permanecem inalterados. O diesel ficará mais caro após 60 dias sem nenhuma alteração no preço, a última foi em 11 de março. Na ocasião, a justificativa consistia em um reflexo da elevação nos preços de mercado.
Ao observar os últimos reajustes feitos pela Petrobras, nota-se um aumento acumulado de 47% nas refinarias da estatal. Em nota, a estatal afirmou que o movimento visa padronizar a investida de outros fornecedores de combustíveis no Brasil, os quais já promoveram ajustes nos preços de venda em relação à realidade do mercado atual.
De acordo com a Petrobras, levando em consideração a mistura obrigatória de 90% diesel A e 10% biodiesel na composição comercializada nos postos de combustíveis, a parcela da petroleira no preço pago pelo consumidor elevará a média do litro de R$ 4,06 para R$ 4,42. Destacando que este é o preço de venda na bomba.
O reajuste ocorreu enquanto as cotações tanto do diesel quanto da gasolina indicavam uma defasagem em relação ao cenário internacional. Foi observada uma disparidade de -27% para o primeiro contra -22% para o segundo.