As comunidades indígenas Kaiowá e Terena, localizadas na Reserva de Dourados, têm se mobilizado em busca de soluções para a grave crise de abastecimento de água que afeta suas aldeias. Durante três dias, manifestantes realizaram bloqueios pacíficos em rodovias e ruas, chamando a atenção das autoridades para a necessidade urgente de medidas efetivas.
Na manhã da última quarta-feira (27), a Tropa de Choque da Polícia Militar do Mato Grosso do Sul foi enviada ao local. Infelizmente, a ação resultou em confrontos que deixaram alguns feridos. Contudo, é importante ressaltar que o foco deve ser sempre o diálogo e a busca por soluções pacíficas. Os líderes comunitários expressam sua frustração com a falta de respostas e reforçam que uma abordagem colaborativa é essencial.
Após meses enfrentando a escassez de água nas aldeias Jaguapiru e Bororó, os povos Terena e Guarani Kaiowá uniram forças para reivindicar o início imediato da perfuração de poços na Reserva Indígena de Dourados, onde residem cerca de 20 mil pessoas. A situação se agravou nas últimas semanas devido à insuficiência no abastecimento realizado por caminhões-pipa.
Leomar Trovão, líder Guarani Kaiowá da aldeia Jaguapiru, enfatizou a urgência da situação: “Precisamos de uma solução rápida. Viver sem água é impossível.” Os líderes comunitários pedem um entendimento com as autoridades competentes para garantir o acesso à água potável e melhorar as condições de vida na região.
Júlia*, também residente da aldeia Jaguapiru, destacou que as promessas para perfuração de poços ainda não foram concretizadas. “Na aldeia existem apenas sete poços artesianos para quase 20 mil habitantes. Estamos enfrentando escassez devido à época do ano e ao aumento do consumo durante o verão”, explicou.
Cristiane Terena comentou sobre as tentativas frustradas de diálogo com as autoridades: “Já tentamos conversar e fizemos reuniões. Um projeto recente entre o governo federal e estadual prometeu perfuração de poços na região Cone Sul do estado, mas não fomos incluídos.” A comunidade clama por uma abordagem mais atenta às suas necessidades e pela presença efetiva das autoridades competentes.
As organizações Aty Guasu (Grande Assembleia Guarani Kaiowá), o Conselho Terena e o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) reafirmaram a importância do respeito às áreas indígenas, que são jurisdicionadas pela União. Para que se chegue a um entendimento pacífico, é fundamental que as demandas dos povos indígenas sejam ouvidas e atendidas.
A busca por soluções deve ser uma prioridade para todos os envolvidos. Com diálogo aberto e ação conjunta, é possível superar essa crise hídrica e garantir um futuro melhor para as comunidades indígenas.
Redação TVPS
Michelle Meira