Dispositivo criado em pesquisa da UFPB detecta ‘gato’ de energia

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Cabo com microchips ajuda a detectar desvios de energia através de mudanças na corrente elétrica

Um dispositivo desenvolvido por um grupo de pesquisadores do Departamento de Engenharia Elétrica do Centro de Energias Alternativas e Renováveis (CEAR), da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), permite detectar furto de energia elétrica, conhecido como “gato”.

A invenção, um cabo de energia instrumentado, contém um microchip que detecte a derivação por mudanças da corrente elétrica, identificando as ligações elétricas clandestinas.

O cabo foi desenvolvido pelos professores Cleonilson Protásio de Souza, Fabrício Braga Soares de Carvalho e Yuri Percy Molina Rodriguez. Conforme Protásio, a ideia surgiu da necessidade de detecção de derivação fraudulenta de energia.

“No Brasil, temos estatísticas que mostram que 15% da energia gerada não é faturada, ou seja, não gera dinheiro para a concessionária de energia. Uma parte dessa energia chamamos de ‘perda técnica’, uma perda natural inerente ao sistema, outra parte é realmente roubo e esta corresponde a 8%. Então, muito dinheiro é desviado por derivação fraudulenta”, explicou.

Como funciona

De acordo com o Prof. Protásio, os chips conseguem se comunicar via radiofrequência. Então, se o cabo tem um chip a cada 10 metros, por exemplo, e um desses chips apresenta valor de corrente elétrica diferente de outros, é provável que ali haja um ‘gato’.

Ainda segundo o Prof. Protásio, por se tratar de um desvio clandestino, a detecção de ‘gatos’ ainda é um desafio para as concessionárias, sendo de fundamental importância um dispositivo que identifique as fraudes no sistema elétrico.

“Há em muitos consumidores de porte pequeno, médio ou até de grande porte possibilidade de haver desvios fraudulentos. A energia chega nesses consumidores via cabo elétrico no qual, em algum ponto [logicamente escondido], o indivíduo faz o contato e desvia a energia. É um desafio para a concessionária detectá-lo, e quanto mais escondido, mais eficiente é o gato. Por isso, o mundo inteiro vai atrás de dispositivos que auxiliem a detecção”, esclareceu o Prof. Protásio.

Junto à Agência UFPB de Inovação Tecnológica (Inova), os idealizadores obtiveram a patente. O objetivo é que a invenção se torne um produto disponível às empresas e fabricantes de cabos elétricos. A expectativa é que os cabos instrumentados sejam disponibilizados para essa finalidade ou até mesmo pensados para outras demandas.

 

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