OBrasil bateu recorde de expansão da capacidade instalada de energia elétrica a partir de fonte eólica em 2021, de acordo com dados do Governo Federal. As usinas eólicas já respondem por 11% da matriz energética brasileira e constituem cerca de 20 gigawatts de potência instalada. A expansão dessa fonte de energia no país fez o país subir no ranking do Global Wind Energy Council (GWEC) e ocupar a sexta posição em Capacidade Total Instalada de Energia Eólica Onshore, em 2021.
O relatório do Global Wind Energy Council foi divulgado na segunda-feira (04/04) e destaca que o Brasil tem sido marcado por um crescimento virtuoso na última década, saltando de 1 gigawatts de potência instalada em 2011 para 21 gigawatts em janeiro de 2022. O líder do ranking é a China, com 310,6 gigawatts de potência instalada. O documento registra ainda que, hoje, a energia eólica é a segunda maior fonte de geração de energia do Brasil, atrás apenas da hidráulica.
A análise do setor eólico mundial feito pelo Global Wind Energy Council traz o Brasil entre os cinco principais mercados do mundo em 2021 para novas instalações, junto com a China, os Estados Unidos, o Vietnã e o Reino Unido. Combinados, esses cinco mercados representaram 75,1% das instalações.
A energia eólica é uma fonte renovável e tem baixo impacto ambiental e baixos teores de emissões de gases de efeito estufa. O Brasil bateu recorde de expansão da capacidade instalada de energia elétrica a partir de fonte eólica em 2021 ao chegar a 3.051,29 megawatts, considerando os dados referentes a novembro. Em 2014, quando foi alcançado o recorde anterior, 2.786 megawatts foram liberados para operação comercial no país, de acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
E a perspectiva é de mais expansão para o setor. Os dados da Aneel mostram que, atualmente, há cerca de 5,5 gigawatts de usinas eólicas em construção no país, sendo que a estimativa é que 2,95 gigawatts entrarão em operação ao longo de 2022, o que representa valor equivalente a 2021.
Incentivo para a produção de energia eólica
Um decreto editado em janeiro deste ano pelo Presidente da República Jair Bolsonaro trouxe um importante avanço para o setor de energia eólica. O Decreto 10.946 traz clareza aos mecanismos de cessão de uso em áreas de águas interiores de domínio da União, no mar territorial, e dispõe sobre o aproveitamento dos recursos naturais na zona econômica exclusiva e na plataforma continental para geração de energia elétrica offshore.
A intenção, de acordo com o Ministério de Minas e Energia, é dar segurança jurídica aos investidores nacionais e internacionais interessados em desenvolver projetos de geração, inclusive em parques eólicos offshore. A energia eólica offshore é a fonte de energia limpa e renovável que se obtém a partir do aproveitamento da força do vento que sopra em alto-mar, onde a velocidade é maior e mais constante.
A energia eólica é obtida a partir da força do vento. Por meio de um aerogerador a energia cinética das correntes de ar é transformada em energia elétrica. Trata-se de uma fonte de energia limpa, com baixos teores de emissões de gases de efeito estufa.
Plano Decenal de Expansão de Energia
Sobre projeções para os próximos anos, nesta quarta-feira (06/04), o Governo Federal, por meio do Ministério de Minas e Energia, lançou o Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE) 2031. O documento mostra as perspectivas do crescimento do setor de energia brasileira para os próximos dez anos (2022 – 2031).
De acordo com o PDE, os investimentos para o setor serão na ordem de R$ 3,2 trilhões até 2031. Além disso, o plano do Governo Federal prevê que a capacidade instalada para geração de energia elétrica no Brasil chegue aos 275 gigawatts (GW) em 2031, com as fontes eólica e solar se destacando na matriz. Com isso, estima-se que a capacidade instalada de geração elétrica brasileira atinja o nível de renovabilidade de 83% em 2031.
Este ano, o documento traz uma novidade, um capítulo referente ao hidrogênio. Em escala mundial, ele é considerado um potencial propulsor para um futuro energético mais seguro e sustentável, já que é uma fonte de energia renovável, inesgotável e não poluente.
Segundo o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, a construção de um setor energético capaz de continuar a transformar os recursos naturais brasileiros, que são abundantes, em bem-estar e prosperidade para a sociedade brasileira é um dos faróis que norteiam as projeções do Governo Federal para o futuro energético do país.
O PDE 2031 foi elaborado com o auxílio de uma consulta pública para o recebimento de contribuições por parte da sociedade. Até o dia 23 de fevereiro, mais de 50 instituições haviam participado do processo de aprimoramento do plano.