Estados Unidos registram maior alta na inflação dos últimos 40 anos

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A inflação ao consumidor nos Estados Unidos saltou em junho a 9,1%, taxa anual mais elevada em mais de quatro décadas, sob a pressão dos preços da gasolina, alimentos e aluguéis, consolidando as expectativas de que o Federal Reserve, o Banco Central norte-americano, aumentará os juros em 0,75 ponto percentual no final deste mês.

A leitura acima do esperado do índice de preços ao consumidor anual informada nesta quarta-feira (13) pelo Departamento do Trabalho também refletiu os preços mais altos de saúde, veículos, vestuário e móveis. Na base mensal, o índice teve o maior aumento em quase 17 anos.

Os dados da inflação foram divulgados após relatório que mostrou crescimento do emprego mais forte do que o esperado em junho, sugerindo que a postura agressiva de política monetária do Fed fez pouco progresso até agora para esfriar a demanda doméstica e reduzir a inflação para sua meta de 2%.

Embora seja um problema global, a inflação alta representa um risco político para o presidente dos EUA, Joe Biden, e seu partido Democrata, que se preparam para as eleições de meio de mandato de novembro.

“Apesar das melhores intenções do Fed, a economia parece estar se movendo para um regime de inflação mais alta”, disse Christopher Rupkey, economista-chefe da FWDBonds. “O Fed está ainda mais atrás da curva após o relatório de hoje.”

Na base mensal, o índice de preços ao consumidor subiu 1,3% no mês passado, após avançar 1,0% em maio, e contra expectativa de alta de 1,1%, atingindo a maior taxa desde setembro de 2005.

A alta de 7,5% nos preços da energia foi responsável por quase metade do índice, enquanto os preços da gasolina saltaram 11,2% após alta de 4,1% em maio.

Os preços do gás natural avançaram 8,2%, maior nível desde outubro de 2005, enquanto o custo da eletricidade aumentou 1,7% e os preços dos alimentos subiram 1%. O custo dos alimentos consumidos em domicílio avançaram 1%, registrando o sexto aumento mensal consecutivo de pelo menos 1%.

Nos 12 meses até junho, os preços ao consumidor saltaram 9,1%, maior alta desde novembro de 1981 depois do avanço de 8,6% em maio. Economistas consultados pela Reuters previam alta de 8,8% em 12 meses.

Os preços ao consumidor estão subindo em meio a problemas nas cadeias de fornecimento globais e estímulos fiscais maciços do governo adotados no início da pandemia da covid-19.

A guerra em curso na Ucrânia, que causou um pico nos preços globais de alimentos e combustíveis, agravou a situação.

Os preços da gasolina nos EUA atingiram níveis recordes em junho, ficando em média acima de US$ 5 por galão, de acordo com dados da Associação Automobilística Americana (AAA).

Desde então, eles caíram em relação ao pico do mês passado e estavam em média em US$ 4,631 por galão na quarta-feira, o que pode aliviar parte da pressão sobre os consumidores.

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