O PTB, o Patriota, o PL, o PP e o PSC foram os cinco partidos mais fiéis ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na Câmara. As legendas, que somam 156 deputados, alcançaram um índice de governismo acima de 90%. Durante os quatro anos da legislatura, foram contabilizadas 2.007 votações e o índice de governismo na Casa ficou em 74%. Os dados são do Radar do Congresso, ferramenta do Congresso em Foco que permite acompanhar o índice de governismo de cada parlamentar. Esse índice mede o grau de convergência entre o voto de cada congressista e a orientação do líder do Planalto na Casa.
Com uma bancada de apenas três deputados, o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) foi o partido mais governista na legislatura que se encerrará no dia 31 de janeiro. A bancada acompanhou a orientação do líder do governo em 96% das votações.
Condenado e fiel
Condenado a oito anos e nove meses de prisão por incitar a violência contra os ministros da corte, tentar abolir violentamente o Estado democrático de Direito e incitar animosidade entre as Forças Armadas e o Supremo Tribunal Federal (STF), Daniel Silveira (RJ) foi o deputado do PTB mais fiel à gestão de Bolsonaro. Silveira esteve presente em 1.293 votações e acompanhou a orientação do governo em 97% das ocasiões.
A deputada Dra. Soraya Manato (ES) esteve em 1.830 votações e votou junto com o governo em 96% das vezes; já Paulo Bengtson (PA) foi governista em 94% das 1.249 votações que participou.
Com cinco deputados, o Patriota obteve um índice de governismo de 94%. Em média, o partido esteve presente em 1.351 votações. Alcides Rodrigues (GO) e Dr. Frederico (MG) foram os mais governistas e seguiram a orientação do governo em 96% das ocasiões; Professor Joziel (RJ), em 94%; Fred Costa (MG), em 92%; e Marreca Filho (MA) em 91%.
PL e PP
Os dois maiores partidos da Câmara também foram preponderantemente fiéis a Bolsonaro. Tanto o Partido Liberal (PL), legenda à qual o presidente se filiou em novembro de 2021 e que tem 77 deputados, quanto o Partido Progressistas (PP), que possui 58 parlamentares, obtiveram um índice de governismo de 93%.
No PL, ficaram empatados como os mais governistas Coronel Armando (SC), Helio Lopes (RJ), Nelson Barbudo (MT) e Delegado Éder Mauro (PA), que acompanharam o governo em 98% das votações a que compareceram. No outro extremo, a deputada Silvia Cristina (RO) teve o menor índice de governismo da bancada: seguiu o governo somente em 58% das 1.737 votações em que esteve presente.
Entre os progressistas, Lázaro Botelho (TO) foi o mais governista: apesar de só ter participado de 86 votações, o deputado seguiu as orientações do governo em 98% delas. Botelho era o 1º suplente e assumiu a vaga na Câmara em julho de 2022, após a deputada Professora Dorinha Rezende (União) se licenciar para concorrer ao Senado Federal nas eleições. Dorinha foi eleita senadora e Lázaro foi reeleito para a Câmara.
O líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PR), obteve um índice de governismo de 97%, o mesmo obtido pela ex-ministra da Agricultura Tereza Cristina (MS), pelo deputado Evair Vieira de Melo (ES), e pelos suplentes Marco Brasil (PR) e Eliza Virgínia (PB).
Com nove parlamentares em sua bancada, o Partido Social Cristão (PSC) também obteve 93% de índice de governismo. Assim como no PP, o deputado mais governista foi um suplente: Lucas Follador (RO) assumiu a vaga deixada por Mariana Carvalho (Republicanos-RO) e votou junto com o governo em 99% das 97 votações de que participou.
Presente em 1.503 votações, Aluisio Mendes (MA) acompanhou o governo em 96% das votações. Já Ruy Carneiro (PB), apesar de fazer parte de um partido da base governista de Bolsonaro, só seguiu as orientações do governo em 24% das 1.150 votações em que esteve presente. (Caio Matos, com a colaboração de Tiago Freitas e Lucas Vinicius)
