Aviões são do mesmo modelo utilizado para prestar assistência às vítimas de explosão no Líbano em 2020 e do terremoto no Haiti no ano passado.
A Força Aérea Brasileira (FAB) informou neste sábado (26) por meio de uma rede social que colocou “de prontidão” dois aviões KC-390 Millennium para o eventual transporte de brasileiros que tentam deixar a Ucrânia em razão da guerra motivada pela invasão do país por tropas militares russas.
De acordo com a FAB, aviões do mesmo modelo foram empregados para transportar doações para vítimas da explosão em Beirute, no Líbano, em 2020, e para prestar apoio às vítimas do terremoto do ano passado no Haiti.
A decisão de reservar as duas aeronaves para a finalidade de transportar cidadãos brasileiros foi tomada pelos ministérios da Defesa e das Relações Exteriores, segundo o comunicado da FAB.
Nesta sexta-feira (25), um trem com brasileiros que se encontravam em Kiev partiu da capital da Ucrânia com destino à cidade de Chernivtsi, no oeste do país, próximo da fronteira com a Romênia e com a Moldávia.
A operação de retirada foi organizada pela Embaixada do Brasil em Kiev. O trem partiu às 17h (horário de Brasília; 22h pelo horário local). A viagem tinha previsão de pouco mais de 11 horas de duração.
O encarregado de negócios da embaixada da Ucrânia em Brasília, Anatoliy Tkach, afirmou que o Ministério de Saúde do país registrava neste sábado 198 mortos (dos quais 38 civis) e 1.115 feridos (dos quais 33 crianças) em razão do conflito.
Questionado por jornalistas sobre o silêncio do presidente Jair Bolsonaro em relação à invasão russa do território ucraniano, Tkach afirmou que a posição do Brasil já foi manifestada nesta sexta, na reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Na reunião, o Brasil foi um dos 11 países que votaram a favor da resolução de condenar a Rússia pela invasão. Três países se abstiveram(Índia, China e Emirados Árabes Unidos). A resolução não foi aprovada porque a Rússia, na condição de membro permanente do conselho, vetou.
“O Brasil já expressou sua posição no Conselho de Segurança da ONU e apoiou a resolução que condena a Rússia e solicita a retirada das tropas do território da Ucrânia. Esse posicionamento já é uma posição oficial do Brasil”, declarou.
Tkach afirmou que as sanções à Rússia ainda não foram suficientes para suspender o ataque ao território ucraniano e defendeu que sejam intensificadas.
“O objetivo das sanções é parar a agressão. A agressão não parou. É necessário impor sanções ainda mais fortes e, em primeiro lugar, desconectar a Rússia do Swift”, afirmou, em referência ao sistema internacional de transações financeiras.
Por g1 — Brasília