Ibovespa cai e dólar sobe após mudança na Lei das Estatais; Fed está no radar

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Proposta foi aprovada no mesmo dia em que presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, anunciou ex-senador e ex-ministro Aloizio Mercadante como futuro presidente do BNDES

O Ibovespa começou o dia em queda e o dólar, em alta, nesta quarta-feira (14), refletindo, sobretudo, o cenário político e fiscal no país.

Às 11h47, o Ibovespa caía 1,25%, aos 102.247 pontos. No mesmo horário, o dólar comercial subia 0,45%, cotado a R$ 5,339.

As ações da Petrobras estavam entre as maiores quedas do índice, com as ordinárias recuando 6,74% e as preferenciais, 5,96%. Já o Banco do Brasil tinha queda de 3,39%.

O dia ainda tem rescaldo das nomeações feitas pelo futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na véspera, mas o fato do dia foi aprovação de uma mudança na Lei das Estatais, que aconteceu no fim da noite de ontem na Câmara dos Deputados.

O projeto vai permitir que Aloizio Mercadante assuma a presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) sem enfrentar os limites impostos pela lei aprovada no governo Temer.

A aprovação da proposta vem após rumores que surgiram na segunda-feira, dizendo que o novo governo revogaria a Lei das Estatais com Medida Provisória, o que causou grande preocupação no mercado.

A rápida aprovação da proposta sinaliza, primeiro, um arranjo muito bem azeitado entre Arthur Lira, presidente da Câmara, e o presidente eleito Lula, e uma disposição preocupante de alterar regras para acomodar projetos políticos do PT, na avaliação de analistas do mercado.

O texto, que agora vai para o Senado, diminui de 36 meses para 30 dias a quarentena exigida para quem tem atuado numa campanha eleitoral ou participado de decisões partidárias, o caso de Mercadante.

O projeto também facilitou as indicações para conselho diretor ou diretoria colegiada das agências reguladoras.

Também no radar do mercado está a decisão de política monetária do Federal Reserve (BC dos EUA), que será divulgada à tarde.

Espera-se que a autoridade aumente as taxas de juros em meio ponto (0,50) na conclusão de sua reunião de política econômica de dois dias nesta quarta-feira (14), uma indicação de que o banco central está recuando em sua postura agressiva à medida que começam a surgir sinais de que a inflação pode estar diminuindo.

*Com informações de Thais Herédia, analista de economia da CNN / publicado por Ligia Tuon

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