Julie Caldas, conhecida nas redes sociais por seu perfil de artista mirim, está expandindo seus horizontes artísticos ao se aventurar no mundo do cordel, uma bela conexão entre sua busca por conhecimento artístico e as tradições culturais nordestinas.
Apelidada de “sanfoneira mirim” devido à sua paixão pelo forró e seu comprometimento em aprender a tocar o instrumento, Julie agora também se interessa pelo cordel. Desde o mês de julho, todas as quartas-feiras, ela compartilha vídeos declamando poesias de cordelistas paraibanos e de outros estados em seu perfil no Instagram.
Nesse novo projeto, Julie já declamou “Meu Brasil de canto a canto tem suor de nordestino”, escrito pelos poetas e cordelistas Kydelmir Dantas e Antônio Francisco, respectivamente, paraibanos e potiguares.
Ela também apresentou versos de “Os 3 do Nordeste – 45 anos – De Zé Pacheco a Parafuso”, uma homenagem ao maior trio de forró do mundo e ao seu fundador, o mestre Parafuso, escrito pelo compositor, poeta e cantor Roberto Moraes. Além disso, declamou estrofes de “Julie Caldas, a menina flor e sua sanfona”, um cordel dedicado a ela pela poetisa Celia Cangaceira.
A mais recente apresentação de Julie aconteceu na quarta-feira, 02 de agosto de 2023, quando recitou “Luiz Gonzaga: O mensageiro do nordestino”, de autoria da cearense Dalinha Catunda, em homenagem ao Rei do Baião, que faleceu há 34 anos naquele dia, em Recife.
O movimento artístico de Julie Caldas já lhe rendeu um convite do cordelista Marconi Pereira de Araújo, da Academia de Cordel Vale do Paraíba, localizada em Itabaiana (PB), para se tornar membro da entidade. Marconi é professor no Projeto Cordel em Rede e ao convidar Julie, estaria abrindo portas para crianças cordelistas.
É importante destacar que a literatura de cordel é um Patrimônio Imaterial e Cultural Brasileiro, um gênero literário da cultura popular que se baseia em histórias transmitidas oralmente. Essas histórias são caracterizadas pela rima, métrica e frequentemente incluem ilustrações em xilogravura, que são impressas em folhetos.
Vale ressaltar também que a primeira mulher a escrever cordel foi a paraibana Maria das Neves Batista Pimentel, que usou o pseudônimo Altino Alagoano para superar as críticas de uma sociedade machista que não aceitava autoras femininas. Filha do poeta e editor de cordel Francisco das Chagas Batista, Maria nasceu em João Pessoa no dia 2 de agosto de 1913, e seu primeiro cordel, “O violino do diabo ou o valor da honestidade”, foi publicado em 1938, construindo seu pseudônimo artístico combinando o nome do marido com o estado de origem dele.
Redação: TVPS