Atraso em voos, bancos fechados, problemas em empresas de transporte, saúde e comunicação. Uma pane em um sistema de segurança de computadores causou caos em vários lugares do mundo desde a noite desta quinta-feira (18). É o chamado apagão cibernético mundial.
Segundo a agência de notícias Reuters, a companhia global de cibersegurança Crowdstrike enviou alerta aos clientes de que seu software Falcon Sensor estaria causando o colapso total do sistema operacional Microsoft Windows, resultando na famigerada “tela azul da morte“. O alerta incluía instruções para contornar a falha manualmente.
Ainda não está claro se a Crowdstrike é a única fonte das panes ou se há outras causas. A plataforma para gestão de aplicativos e serviços Microsoft Azure confirmou que está investigando e trabalhando por uma resolução.
Na manhã desta sexta (19), a empresa de segurança informou que o problema foi “identificado, isolado e uma correção foi implantada”.
“A CrowdStrike está trabalhando ativamente com clientes afetados por um defeito encontrado em uma única atualização de conteúdo para hosts Windows. Os hosts Mac e Linux não são afetados. Este não é um incidente de segurança ou ataque cibernético. O problema foi identificado, isolado e uma correção foi implantada”.
“Indicamos aos clientes o portal de suporte para obter as atualizações mais recentes e continuaremos a fornecer atualizações completas e contínuas em nosso site. Recomendamos ainda que as organizações garantam a comunicação com os representantes da CrowdStrike por meio de canais oficiais. Nossa equipe está totalmente mobilizada para garantir a segurança e estabilidade dos clientes CrowdStrike”, completou.
Fontes do governo britânico também ressaltaram que os distúrbios não estão sendo tratados como ciberataque.
“Apagão” pelo mundo
Os problemas de TI começaram a ser detectados nos Estados Unidos – onde várias companhias aéreas cancelaram todos os seus voos –, disseminando-se depois por outros continentes. Entre as empresas aéreas que foram forçadas a suspender o funcionamento estão a Air France, a holandesa KLM e as de baixo custo Eurowings e Ryanair. A Lufthansa teria sido apenas “levemente” afetada.
Na Espanha, as panes provocaram irregularidades nos sistemas da estatal Aena e nos aeroportos, que alertaram para atrasos. Na Alemanha, o aeroporto de Berlim (BER) começou a retomar gradualmente os voos.
Na Austrália, uma interrupção técnica de grande escala afetou várias empresas, segundo o departamento nacional de cibersegurança. A rede ferroviária do Reino Unido também sofreu interrupções, assim como a emissora Sky News. Diversos canais de TV da França ficaram fora do ar.
Como é comum um único software ser adotado por todo um setor em pesos, falhas de TI tendem a paralisar um grande número de empresas simultaneamente. Em 2021, um ciberataque à operadora americana de TI Kaseya se fez sentir até na Suécia, onde a cadeia de supermercados Coop foi força a fechar quase todas suas filiais.
- BAND/UOL