A Polícia Federal prendeu nesta quarta-feira (16) um suspeito de vender dados da PF de maio de 2020 a fevereiro de 2022. O homem é acusado de ser responsável por duas publicações de venda dos dados no período.
De acordo com a polícia, o preso se vangloriava de realizar diversas invasões cibernéticas em alguns países. Ele afirmou em sites ter divulgado dados sensíveis de 80.000 membros da InfraGard, uma parceria entre o FBI e entidades privadas de infraestrutura crítica dos Estados Unidos.
Na operação Data Breach, além da prisão preventiva foi cumprido um mandado de busca e apreensão em Belo Horizonte.
O hacker preso é conhecido por ser responsável pelo vazamento de grandes bases de dados de informações pessoais, incluindo as de empresas como Airbus e a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos.
O investigado deve responder pelo crime de invasão de dispositivo informático, qualificado pela obtenção de informações, podendo sofrer aumento de pena pela comercialização dos dados obtidos.
O nome da operação se refere a ataques cibernéticos que resultaram em vazamentos e/ou roubo de informações confidenciais. Em outras palavras, durante um Data Breach, a segurança de dados é violada e as informações caem nas mãos de pessoas mal-intencionadas.
Esse tipo de incidente é mais comum em ataques cibernéticos, nos quais hackers usam técnicas avançadas para invadir sistemas de armazenamento de dados e roubar informações valiosas.
A investigação agora tentará identificar eventuais outras invasões cibernéticas que foram cometidas pelo investigado.
O governo federal e suas instâncias foram alvo de ataques cibernéticos, como o ataque ao sistema de pagamento da administração federal, o Siafi, em março e em abril deste ano, também investigados pela PF na Operação Gold Digger.
Na ocasião, os invasores desviaram R$ 15 milhões em recursos públicos, dos quais cerca de R$ 10 milhões foram recuperados pelo Tesouro Nacional com apoio da PF e do Banco Central. O caso foi revelado pela Folha em 22 de abril.
A operação criada para o caso também efetuou prisões em BH e no Rio de Janeiro em agosto.
Até julho de 2024, o governo Lula (PT) registrou uma disparada de registros de vazamento de dados. Foram 3.253 episódios neste ano, contra 1.615 somados de 2020 a 2023. Entre os casos recentes, também está incluso o vazamento de informações do Conecte SUS.
Os números equivalem ao dobro dos três anos anteriores.
Os dados sobre ataques cibernéticos foram compilados pelo CTIR Gov (Centro de Prevenção, Tratamento e Resposta a Incidentes Cibernéticos de Governo), órgão ligado ao GSI (Gabinete de Segurança Institucional).
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