Em um país em que dois roubos de celular acontecem por minuto, o valor do aparelho é o menor dos prejuízos. O pior é a facilidade das quadrilhas para limpar contas bancárias das vítimas rapidamente.
Mesmo com todos os mecanismos de segurança, da senha ao reconhecimento facial – ladrões conseguem acessar os aplicativos de bancos. Quase dois celulares são roubados ou furtados por minuto no Brasil. No estado de São Paulo, foram quase 100 mil casos só no primeiro semestre deste ano. Mais de 1,1 mil por dia.
Além do número alto de ocorrências, o que chama atenção é a facilidade dos criminosos para limpar a conta bancária das vítimas. As quadrilhas conseguem desativar os sistemas de segurança, trocar as senhas dos aparelhos e burlar até a biometria facial.
Com o celular da vítima desbloqueado, os bandidos cadastram a biometria facial deles para abrir os aplicativos bancários.
Para esse perito digital Marcelo Nagy, essa é uma das principais falhas do sistema de segurança dos bancos. Quando você mostra o rosto, é só um atalho pra digitar agência, conta e senha que você fez em outro momento. Não é uma base de dados do banco para validar sua biometria.
A Febraban – Federação Brasileira dos Bancos – disse que a biometria é tendência não só no sistema bancário, mas não respondeu sobre a brecha usada pelos bandidos para entrar nos aplicativos. Enquanto os bancos não melhoram a segurança digital, o usuário pode seguir algumas regras para dificultar a vida do ladrão. Veja algumas.
- Não vincular a biometria facial do celular ao aplicativo do banco.
- E, se tiver mais de um banco com app no celular, use senhas diferentes para cada um;
E mais: teve o celular roubado e a conta invadida? Fazer o boletim de ocorrência é fundamental para conseguir o dinheiro de volta.