Pedagoga do Unipê ensina a importância do momento e de exercitar a paciência
A humanidade tem vivido nas últimas décadas um avanço tecnológico vertiginoso. E não deve parar nem voltar ao que era antes. Mas ainda que no mundo contemporâneo a conectividade pareça ser uma norma, pois as pessoas otimizam o tempo que têm com smartphones, há necessidade de ter momentos de desconexão, como a hora do almoço (e de quaisquer outras refeições). Especialmente em almoços familiares.
“O uso excessivo dos smartphones pode prejudicar o tempo de convivência entre pais e filhos. Deixar nesse momento as tecnologias de lado e se aproximar das relações humanas e afetivas é a aposta para essa hora. O olho no olho, as expressões e as atitudes podem ser um termômetro nas relações entre famílias”, reforça a pedagoga, psicopedagoga e assistente social Profa. Erika Aranha, coordenadora do curso de Serviço Social do Unipê.
A pedagoga lembra: os filhos refletem as atitudes dos pais. “Toda família adquire conhecimentos e habilidades que permitem gerenciar melhor os próprios sentimentos. Em nosso cotidiano aprendemos em todos os espaços sociais que ocupamos, seja qual for a idade; o domínio das emoções faz com que as relações familiares melhorem. Nesse sentido, pais e filhos têm a oportunidades de incorporar as habilidades socioemocionais ao seu cotidiano.”
Mas e se a criança tiver que esperar pela comida, ou qualquer outra coisa? Algumas brincadeiras ajudam nisso, segundo a pedagoga, que indica, por exemplo, pintar, usar jogos de memória ou quebra-cabeças, brincar no escorregador, na piscina de bolinha, no balanço, entre outros.
Mas o fator “esperar” pode acabar sendo um momento difícil para a criança, que vive em um mundo onde as ações são cada vez mais céleres. Por isso, Erika defende que há também a necessidade de educar a criança sobre ter paciência, uma característica que deve ser percebida e exercitada desde cedo.
“O autoconhecimento é uma habilidade que desenvolvemos a partir da maturidade e da aceitação, mas que precisa ser trabalhada”, salienta Erika. Ter paciência traz habilidades sociais à identidade da pessoa. “Entender o nosso tempo, e o tempo do outro, o respeito e as ações coletivas. Viver coletivamente é uma questão de sobrevivência e respeito, e ter paciência é uma habilidade que desenvolvemos no convívio social”, pontua.